segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

E se amar não for o suficiente...


...ao menos tente.
Tente olhar para si e ver o que falta;
Tente olhar para o outro e ver o que sobra;
Tente enxergar além do explícito;
Tente se acostumar com os defeitos;
Tente mostrar os seus defeitos;
Tente moldar os seus defeitos;
E, acima de tudo, experimente tentar...sem medo de errar pois os erros fazem parte. Se não der certo, recomece. Tente ser feliz!

Dedicado a Vanessa Cristina do "Paro e me pergunto"

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sobre pratos e xícara



É interessante, ao acrodarmos e nos posicionarmos à mesa para tomar o café da manhã, a disposição das louças. Colocamos sempre a quantidade exata para o número de pessoas que irão deliciar-se com o dejejum.



Engraçado como temos alguma coisa a ver com simples objetos, seres inanimados, irracionais. Dispor xícaras e pratos à mesa, equivalentes à quantidade de membros da família, é como se nós estivéssemos numa escala proporcional às louças, como se a presença de um, dependesse da existência do outro.



Pensando bem, o tempo de vida útil de pratos e xícaras, assim como o dos copos e talheres depende sim da presença de um habitante do lar.



Lembro-me bem da manhã seguinte ao casamento do meu irmão mais velho. Minha mãe, como sempre, de pé, muito cedo, preparando as delícias matinais. Seis lugares a postos. Isso indicava que seis pessoas sentariam ali, seis xícaras seriam usadas, num café da manhã regado a muitas conversas, umas boas, outras que soavam como puxões de orelha, mas que seriam as nossas conversas. Coitada de minha mãe! Ela ainda não havia se acostumado com apenas cinco pessoas. Ainda não havia internalizado que o grupo familiar havia diminuído, que meu irmão deixou de ser família para virar parente que nos visitaria somente nos finais de semana, isso quando não fosse arrastado para a casa da sogra. Nesse dia, sorrimos.



Passado algum tempo, algo fez com que minha mãe não tivesse vontade de preparar nosso café da manhã. Não sei nem se ela conseguiu dormir na noite anterior.



Fui à cozinha, e, com os olhos marejados, preparei o café e dispus as louças. Eu já estava acostumada a ver só cinco xícaras na mesa. Mas nesse dia, com um aperto no coração, coloquei somente quatro.



Depois de muita insistência minha e de meus irmãos mais novos, minha mãe saiu do quarto para tomar café. Ela não conseguiu quebrar o jejum. Faltava uma xícara. Faltava alguém. Alguém que não iria nos visitar nos fins de semana para colocarmos uma louça a mais na mesa. Faltava o meu pai.



Desde aquele dia, sentamos-nos à mesa, mas há um vazio. As conversas? Talvez elas voltem. A xícara? Talvez também seja colocada, talvez quebre, mas com a certeza de que poderá ser substituída. Mas, meu pai, insubtituível, esse deixará um vazio, que nunca poderá ser preenchido.






Em memória a Francisco Luís da Silva.



Priscilla Robertha de Andrade

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Bolo do amor




Fazer esse bolo não é difícil
Mas, não é apenas usar amor

Você também tem que colocar sabor
Mas, também não e fácil

Comece colocando a massa na forma
Mas, seguindo com o tamanho da norma
Olhe, não é complicado
Mas ainda deixe o amor de lado.


Coloque um pouco de fermento
Para quando botar no forno
Preencherá um espaço com vento
Na água quente, deixe o sabor de molho.


Viu como não é tão difícil assim?
Agora pegue o sabor e desepeje no bolo
Mas, tenha calma, espere até o fim,
Bote no forno e espere.

E pronto!
Você terá um bolo no ponto
Quer saber do amor?
Já estava junto com o sabor.






Essa receita poética foi escrita pelo meu aluno Gianluca Berredo, de 10 anos de idade, do 6º ano vespertino.



Um dos meus grandes orgulhos, uma das joias que lapido.