domingo, 19 de janeiro de 2014

ATIVIDADE - TIPOS DE NARRADOR

LEIA A SEGUINTE LETRA DE MÚSICA, DE CHICO BUARQUE, PARA RESPONDER AO QUE SE PEDE.

Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto 
 Pra você parar em casa, qual o quê! 
 Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito 
Quando diz que não se atrasa 
 Você diz que é um operário, sai em busca do salário 
Pra poder me sustentar, qual o quê! 
No caminho da oficina, há um bar em cada esquina 
Pra você comemorar, sei lá o quê! 
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto 
Discutindo futebol
 E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
 Coloridas pelo sol 
 Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo 
Você vai querer cantar 
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo 
Pra você rememorar
 Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança 
Pra chorar o meu perdão, qual o quê!
 Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida 
Pra agradar meu coração 
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado  
Como vou me aborrecer? 
Qual o quê!
 Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
 E abro os meus braços pra você.  
(letra e música disponíveis em: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45123/  ) 

1- PELA LEITURA DA LETRA DA MÚSICA, PODEMOS CONCLUIR QUE O NARRADOR EM QUESTÃO É HOMEM OU MULHER? JUSTIFIQUE.

2- QUAL O FOCO NARRATIVO DA LETRA DA MÚSICA EM ESTUDO?

3- AUTOR E NARRADOR SÃO O MESMO ELEMENTO NUM TEXTO NARRATIVO? EXPLIQUE.

4- PESQUISE EXEMPLOS DE OUTRAS MÚSICAS CUJO AUTOR SEJA DE UM GÊNERO SEXUAL E O NARRADOR SEJA DO GÊNERO OPOSTO. COPIE PEQUENOS TRECHOS.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Triste fim de Policarpo Quaresma

Sobre o autor
 
Afonso Henriques de Lima Barreto (Rio de Janeiro13 de maio de 1881 - Rio de Janeiro, 1 de novembro de 1922), melhor conhecido como Lima Barreto, foi umjornalista e um dos mais importantes escritores libertários[1] brasileiros.
Era filho de João Henriques de Lima Barreto (negro nascido escravo) e de Amália Augusta (filha de escrava agregada da família Pereira Carvalho). O seu pai foi tipógrafo. Aprendeu a profissão no Imperial Instituto Artístico, que imprimia o periódico "A Semana Ilustrada". A sua mãe foi educada com esmero, sendo professora da 1ª à 4ª séries. Ela faleceu quando ele tinha apenas 6 anos e João Henriques trabalhou muito para sustentar os quatro filhos do casal. João Henriques era monarquista, ligado aovisconde de Ouro Preto, padrinho do futuro escritor. Talvez as lembranças saudosistas do fim do período imperial no Brasil, bem como as remotas lembranças da Abolição da Escravatura na infância tenham vindo a exercer influência sobre a visão crítica de Lima Barreto sobre o regime republicano.
 Personagens
 
POLICARPO QUARESMA – o protagonista, cuja principal característica é o nacionalismo exacerbado. Nas palavras do autor, “um homem pequeno, magro, que usava pincenez, olhava sempre baixo, mas, quando fitava alguém ou alguma cousa, os seus olhos tomavam, por detrás das lentes, um forte brilho de penetração, e era como se ele quisesse ir à alma da pessoa”. Policarpo vestia-se sempre de fraque, “e era raro que não se cobrisse com uma cartola de abas curtas e muito alta, feita segundo um figurino antigo”. 
ADELAIDE – mulher bonita, mas de temperamento apático. Irmã de Policarpo, tem enorme apreço por ele. 
VICENTE COLEONI – italiano, grande amigo do protagonista, com quem tinha uma dívida de gratidão: Policarpo lhe emprestara dinheiro uma vez, tirando-o de grande dificuldade.
OLGA – filha de Vicente Coleoni, afilhada de Policarpo, vivia com o pai num palacete em Real Grandeza.

ANASTÁCIO
 – empregado fiel que se muda, com Adelaide e Policarpo, para o sítio Sossego.

RICARDO CORAÇÃO DOS OUTROS
 – violonista popular, outro grande amigo de Policarpo.

GENERAL ALBERNAZ
 – general aposentado, nunca participou de nenhuma guerra. Tem cinco filhas: Quinota, Zizi, Lalá, Vivi e Ismênia. 
CONTRA-ALMIRANTE CALDAS – grande amigo do general Albernaz, com quem partilha glórias inventadas. Nunca comandou navio nenhum, a única embarcação que lhe foi designada não existia.

DONA MARICOTA – mulher de Albernaz, figura altiva e opulenta. 

ARMANDO BORGES – médico que se casa com Olga, corrupto e ambicioso, é desprezado pela esposa.

FELIZARDO E CANDEEIRO – empregados do sítio Sossego. 

TENENTE ANTONIO DUTRA – homem gordo e guloso, um escrivão cheio de ambições políticas, usa a imprensa da cidade de Curuzu para atacar Policarpo.


DOUTOR CAMPOS – médico que abandonara a profissão para se tornar político. Obtém o cargo de presidente da Câmara de Curuzu. Tenta corromper Policarpo e em seguida se torna seu inimigo porque esse se recusa a tomar parte na armação.
 Tempo
 
Trata-se de um tempo cronológico.
Retrata  datas e convenções próprias para estabelecer o tempo.
O autor ainda  faz referências ao relógio, horas exatas em toda a obra.
 Espaço
 
A história ocorre durante o governo de Floriano Peixoto, em 1894, na cidade do Rio de Janeiro. O personagem principal, quando não estava trabalhando em casa, muda-se para uma fazendo no Curuzu.
 Enredo
 
A questão da identidade nacional brasileira é difícil. Se, na Europa, esse tema se construiu sobre tradições populares ancestrais, no Brasil, por falta delas, ele foi, inicialmente, lapidado em cima de um passado inventado pelos escritores do Romantismo, de modo idealizado.
A conjunção harmoniosa de índios, negros e europeus, a sobreposição de valores, a construção do herói modelar, o triunfo do bem são, na realidade, a repetição ingênua dessa identidade forjada e, portanto, falhada. É nesse ponto que começa o Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto, um livro que revela não só o engodo do projeto criado pelos escritores românticos, mas também a dificuldade de articulação de um conceito de identidade nacional no país.
Policarpo Quaresma é, antes de tudo, nacionalista. Ama o Brasil acima de si próprio e de si próprio abriu mão para viver em prol do engrandecimento da Pátria.

Estudou com afinco o país, acreditando piamente nos livros de sua biblioteca, que o narrador refere como romântica e, cotidianamente, chega à repartição pública onde trabalha com uma excelência da geografia brasileira, comportamento ironizado pelos companheiros de trabalho. Longe da realidade, começa a construir projetos de brasilidade.
O primeiro, baseado em suas leituras, é montado sobre a cultura do índio, elemento usado no Romantismo como símbolo de identidade nacional, já que aqui estava ainda antes de o português chegar. Foi seu primeiro erro. Nem seus amigos compreenderam sua tentativa: Lima Barreto marca o estranhamento da conjunção cultural e ética proposta pelos escritores românticos, quando confrontada com a realidade.
 
O hospício é a natural conseqüência. Então Lima Barreto desiste de aproximar identidade nacional de identidade cultural e étnica, partindo para o engrandecimento da Pátria por meio de um projeto agrícola científico, especulado pela realidade: saúvas, tiriricas, pragas, dificuldade de comercialização, oportunismo político, questões fundiárias... O segundo projeto queda frustrado também.
Policarpo não desiste. Seu terceiro plano é na esfera política, o centro das decisões: resolve, além de entregar a Floriano Peixoto um memorial cujo tema é a salvação nacional, engajar-se ao lado da ordem republicana contra a Revolta da Armada, que a ameaçava. Não via ele que a República amordaçava o povo com a morte quando esse se rebelava contra a marginalização de que era vítima.
No entanto, essa realidade era tão forte que, por maior que fosse o sonho de Policarpo, ela terminaria por vir à tona: a ordem republicana vitoriosa, indiscriminadamente, pune a todos que ousam discordar dela e, de tão arbitrária, alcançou Policarpo, que a defendia.

Seu terceiro projeto foi atropelado pela realidade. Pobre Policarpo Quixote Quaresma! Na sua trajetória, foi obrigado a ver as feridas e as mazelas brasileiras, seu conceito de Pátria morreu com ele. E, agora, o que é Nacionalismo?
Lima Barreto, simbolicamente, aponta as engrenagens da História: Pátria, ao fim e ao cabo, é uma construção, não um sonho; é um processo de enfrentamento da realidade, não de idealismo, Amar a Pátria significa participar da criação de todos, para todos - Policarpo Quaresma está vivo dentro dos que querem um país que abrigue todos os brasileiros. 
 Foco narrativo
 Narrador em 3ª pessoa


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A matemática da vida


Sempre amei as letras. Esforçava-me para fazê-las bordadíssimas. Já os números, por mais que me esforçasse, sempre saíam feios, tortos. Até tentava decorar fórmulas para resolver problemas matemáticos, mas a discalculia persistia em ser "uma pedra no meio do (meu) caminho".
Mesmo diante da perceptível aversão e desafeto que eu possuía (e ainda possuo) à matemática, o pouco que eu internalizei foi o suficiente para eu aprender uma simples fórmula:
"Overdose de saudade=overdose de carinho multiplicado pelo amor elevado a enésima potência"
É incrível o poder que a saudade tem de nos certificar cada vez mais de um sentimento que nutrimos e nos esforçamos todos os dias para cultivar. 
Estar ao lado de quem se ama funciona como um remédio tarja preta: alivia e é essencial. É aí que conseguimos perceber que a falta é benigna e que a saudade é o combustível que move o amor. 
Sentir um abraço, um beijo, palavras verdadeiras, o cheiro de quem amamos, ficar perto...não há nada mais especial. Não falo só dos relacionamentos conjugais, mas das relações humanas em geral. É, as relações que cultivamos, que construímos ao longo de nossas existências e aquelas às quais já somos predestinados.
Fecho os olhos embaixo do chuveiro e tento listar as pessoas que conheço (sem fazer escala de preferências) e chego à conclusão de que isso é impossível. É a nossa personalidade que nos faz conquistar (ou não) as pessoas. São os nossos gestos, as nossas atitudes ( por mais ousadas ou mais simples que sejam). E é exatamente pelo mesmo motivo que construímos relações e que ao nos afastarmos, sentimos tanta falta.
Desta feita, finalizo afirmando que amor não se divide, se multiplica. E, quando surge, é para que possamos somar.
Portanto, viva uma eterna matemática: sinta saudades, ame!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Crônica argumentativa-8º ano


“De notícia e não notícias se faz a crônica”, afirmava o poeta e cronista Carlos Drummond de Andrade. E quando nenhum assunto ocorre à mente do cronista? O jeito é transformar a falta de assunto em assunto...
Muitos cronistas já se queixaram em suas crônicas da falta de assunto, do famoso “branco” que os acomete, certamente consequência do fato de a maioria das crônicas ser uma obrigação semanal que seus autores devem cumprir e, portanto, não podem deixar para escrever em momento de inspiração. A arte do cronista, então, passa a consistir emm fazer do seu problema uma solução: dando “branco”, escreve-se sobre o “branco”.
Conforme vimos, a crônica é um texto geralmente curto que apresenta a visão pessoal do cronista sobre um fato colhido no noticiário de jornais ou revistas ou no cotidiano. 
Diferentemente das crônicas narrativas ficcionais, a crônica argumentativa não se limita a narrar um fato de modo particular. Ela vai além, pois nela o cronista expõe seu ponto de vista sobre o assunto.
A crônica argumentativa é aquela na qual o objetivo maior do cronista é relatar um ponto de vista diferente do que a maioria consegue enxergar. 

Ele, usufruindo-se do bom humor mesclado a toque sutil de ironia, aposta no intento de fazer com que as pessoas vejam por outra “face” aquilo que parece óbvio demais para ser observado. 
Seu caráter discursivo gira em tono de uma realidade social, política ou cultural, onde esta realidade é verbalizada em forma de protesto ou de argumentação, quase sempre envolta por um tom até mesmo sarcástico, no intento de criticar as mazelas advindas da esfera social. 
Essa mesma realidade é avaliada pelo autor da crônica e uma opinião é gerada, quase sempre com um tom de protesto ou de argumentação. Esse tipo de crônica pode ser simplesmente argumentativa, e dispensar o uso da narração. É possível que percam-se assim, elementos típicos do gênero como personagens, tempo, espaço.
Sendo assim, podemos identificar duas maneiras de se produzir uma crônica: a primeira é a narrativa, que como já foi dito, conta um fato do cotidiano, utilizando-se de personagens, enredo, espaço, tempo, etc. A outra maneira é a crônica dos textos jornalísticos, é uma forma mais moderna do gênero, e, ao contrário da outra, não narra e sim disserta, defende ou mostra um ponto de vista diferente do que a maioria enxerga.
As semelhanças entre as duas são justamente o caráter social crítico, abordando sempre uma maneira de enxergar a realidade, e o tom humorístico, irônico ou até mesmo sarcástico. Podem se utilizar, para esse objetivo, de “personagens tipo”, da sociedade que criticam.
CARACTERÍSTICAS DA CRÔNICA ARGUMENTATIVA
 Tipo de gênero textual que reúne características de crônica e de texto argumentativo;
 Apresentação do assunto ou controvérsia a ser discutida, normalmente, no início do texto;
 Posicionamento do cronista sobre o assunto em questão;
 Exposição de argumentos que fundamentam o ponto de vista do autor;
 Conclusão surpreendente, criativa, ou conclusão-síntese, que retoma as ideias do texto e confirma o ponto de vista defendido;
 Tratamento subjetivo do tema, deixando perpassar a sensibilidade e as emoções do cronista;
 Linguagem criativa e figurada, geralmente de acordo com o padrão culto informal da língua.

Características de alguns cronistas-8º ano


Uma característica marcante na crônica é que ela apresenta uma estrutura livre. Por isso mesmo tende ao hibridismo de gênero. Segundo Bender e Laurito (em A crônica: história, teoria e prática, Editora Scipione), Cecília Meireles tem a tendência à poesia a ao misticismo; Drummond, às reflexões (textos de estrutura livre, estrutura poética, diálogos); Luis Fernando Veríssimo, Stanislaw Ponte Preta e Millôr Fernandes ao humor; Paulo Mendes Campos à prosa poética; Rachel de Queiroz, ao social e Clarice Lispector ao existencial, enquanto que Rubem Braga faz transcender o fato miúdo.



Poema e poema visual

O poema

Poema é um gênero textual que se constroi não apenas de sentimentos, mas também por meio do emprego do verso e de seus recursos musicais- a sonoridade e o ritmo das palavras- e de palavras no sentido figurado, conotativo.
A musicalidade que caracteriza os textos poéticos é  resultado da utilização de recursos presentes na poesia de todos os tempos, tais como a métrica, o ritmo, a rima, a aliteração e a assonância.









VERSO

Sucessão de sílabas ou fonemas que formam uma unidade rítmica e melódica, correspondente a uma linha do poema.
ESTROFE
É um agrupamento de versos
AS ESTROFES PODEM SER CLASSIFICADAS DE ACORDO COM O NÚMERO DE VERSOS. OBSERVE COMO SE CHAMA CADA ESTROFE:
Dísticos:Estrofes com dois versos;
Tercetos: Estrofes com três versos;
Quadra ou quartetos: Estrofes com quatro versos;
Quintilhas: Estrofes com cinco versos;
Sextetos:Estrofes com seis versos;
Sétima: Estrofes com sete versos;
Oitava: Oito veros;
Nona: nove versos;
Décima: dez versos.
AS FORMAS FIXAS
Uma das composições de forma fixa mais conhecida é o soneto, em que os versos são agrupados em dois quartetos e dois tercetos.
Outros poemas de forma fixa são:
Balada: Três oitavas e um quarteto;
Vilancete: Um terceto e outras duas estrofes de qualquer número de versos;
Rondó: Apenas quartetos ou quartetos combinados com oitavas;
Haicai- poema de origem japonesa. Constituído por uma estrofe de três versos, com 17 sílabas poéticas, distribuídos deste modo: 5 sílabas/7 sílabas/5 sílabas (respectivamente).
Vem cá, passarinho
E vamos brincar nós dois
Que não temos ninho.
Yataro Kobayashi
MÉTRICA
Medida dos versos; a divisão de sílabas poéticas que é feita diferentemente do modo gramatical.
Observe o verso:
“Mi/nha/ des/gra/ça, ó /cân/di/da/ don/ze/la,
O/ que/ faz /que o /meu/ pei/to a/ssim/ blas/fe/ma”
10 sílabas poéticas
Obs: A última sílaba tônica gramatical do verso é a última sílaba poética.
De acordo com o número de sílabas poéticas, os versos recebem os seguintes nomes:
Monossílabo:
Dissílabo;
Trissílabo;
Redondilha menor;
Redondilha maior;
Octassílabo;
Decassílabo;
Alexandrino
RITMO E RIMA
RITMO: Combinação de acentuações das palavras, de forma a dar melodia;
RIMA:Recurso musical baseado na semelhança sonora das palavras no final ou no meio de cada verso.
ENFIM...O POEMA VISUAL
Poesia visual pretende ser um tipo de poesia em que, abolindo-se certas distinções entre os gêneros como poesia, teatro, música, dança, pintura, escultura e outros, o texto, as imagens e os símbolos estão distribuídos de forma que o elemento visual pode assumir a principal função organizacional da obra, não dependendo da existência de símbolos de escrita para sua caracterização como poesia, embora não os excluindo.
A poesia visual é "uma tentativa de romper com a ditadura da forma discursiva do poema, de vencer o domínio da gramática ou mesmo de superar a construção prosística na poesia".
COMO SURGIU?
Por volta da década de 1950, surgiu o movimento artístico denominado Modernismo, que abrangia todas as artes, principalmente Plásticas e Literárias.
O Modernismo veio romper com as expectativas, com os paradigmas de que a Arte deve ser o tempo todo certinha.
Com isso, surgem as Vanguardas Européias, que era como se chamava cada vertente do Modernismo. Uma dessas vanguardas era o Cubismo que valorizava a forma, em vez da ordem e o Concretismo, que buscava utilizar efeitos gráficos, aproximando a linguagem e o design.
Na verdade, o poema visual, já existia antes disso, mas só depois do Modernismo é que foi aceito como poema.
Portanto, poema visual, é aquele que mistura as duas linguagens: verbal e não verbal, além da disposição e da forma das palavras, afim de associar o que está posto com o sentido do texto.
CONCRETISMO E SEUS PRINCIPAIS REPRESENTANTES
O Concretismo surgiu em 1953, primeiramente na música, depois na poesia e, por último,  nas Artes Plásticas. Nas obras surgidas no movimento, não há intimismo nem preocupação com o tema, seu intuito era acabar com a distinção entre forma e conteúdo e criar uma nova linguagem.
Sua máxima expressão mundial é o grupo concretista de São Paulo, fundador da Revista "Noigandres", na década de 1950, liderado pelos irmãos Campos (Augusto de Campos e Haroldo de Campos), Décio Pignatari e José Lino Grunewaldt.
A partir da década de 1960, poetas e músicos do movimento passaram a se envolver em temas sociais, surgindo várias tendências pós ou neo-concretistas, entre eles Ferreira Gullar, o poema-práxis e Paulo Leminski.






terça-feira, 15 de maio de 2012

O texto teatral


ORIGEM:
A história do teatro remonta desde a Grécia antiga (séc. V a. C.), na qual a representação teatral era concebida como a principal atividade artística. Encenavam-se peças, em especial as tragédias, cujo intuito era conduzir os expectadores à catarse - uma espécie de purificação da alma, dada pela liberação das emoções.
 Com o passar do tempo, novas modalidades foram se incorporando ao gênero dramático, tais como:
As comédias: representações nas quais a temática perfaz-se de fatos circunstanciais e corriqueiros, tendo pessoas pertencentes às classes populares como personagens;
O auto: uma peça curta e de cunho religioso, cuja temática liga-se a entidades abstratas, também chamadas de alegorias (amor, hipocrisia, bondade, virtude, dentre outras);
A farsa: voltada para a sátira dos costumes sociais. 
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Com o surgimento  das novas modalidades do texto dramático, a catarse foi sumindo e dando lugar ao protesto, às denúncias  das injustiças sociais e reflexões filosóficas sobre a existência humana.
CARACTERÍSTICAS DO TEXTO TEATRAL/DRAMÁTICO:
  • O texto teatral se assemelha ao texto narrativo pois possui todos os seus elementos, exceto narrador;
  • Não há necessidade de narrador, pois a história se desenrola por meio de diálogos;
  • Os diálogos são indicados por meio dos nomes dos personagens, que aparecem em destaque, seja por meio de letras de forma ou em negrito, separados  por um hífen;
  • O discurso empregado nos diálogos é o discurso direto, ou seja, mantém-se a fala original dos personagens;
  • Para explicar  as ações, marcações de cena, expressões faciais e corporais(estado de ânimo) dos personagens, indicar música, figurino, iluminação, etc, escrevemos textos entre parênteses ou em itálico, que são chamados de rubricas;
  • A variedade e o nível linguístico do texto teatral podem variar de acordo com o perfil dos personagens e do contexto;
  • Há a existência do conflito: situação caracterizada por uma oposição e uma luta de vontades entre os personagens, condicionando a plateia/leitor a criar uma expectativa em relação aos fatos presenciados ou lidos.
O AUTO DA COMPADECIDA- ARIANO SUASSUNA
JOÃO GRILO- Ele diz “à misericórdia”, porque sabe que, se fôssemos julgados pela justiça, toda a nação seria condenada.
PALHAÇO- Auto da Compadecida! (Cantando.) Tombei, tombei, mandei tombar!
ATORES, respondendo ao canto - Perna fina no meio do mar.
PALHAÇO- 0i, eu vou ali e volto já.
ATORES, saindo- Oi, cabeça de bode não tem que chupar.
PALHAÇO- O distinto público imagine à sua direita uma igreja, da qual o centro do palco será o pátio. A saída para a rua é à sua esquerda. (Essa fala dará ideia da cena, se adotar uma encenação mais simplificada e pode ser conservada mesmo que se monte um cenário mais rico.) O resto é com os atores.
(Aqui pode-se tocar uma música alegre e o Palhaço sai dançando. Uma pequena pausa e entram Chicó e João Grilo).
JOÃO GRILO- E ele vem? Eu estou desconfiado, Chicó. Você é tão sem confiança!
CHICÓ- Eu, sem confiança? Que é isso, João, está me desconhecendo? Juro como ele vem. Quer benzer o cachorro da mulher para ver se o bicho não morre. A dificuldade não é ele vir, é o padre benzer. O bispo está aí e tenho certeza de que o Padre João não vai querer benzer o cachorro.
JOÃO GRILO- Não vai benzer? Por quê? Que é que um cachorro tem de mais?
CHICÓ- Bom, eu digo assim porque sei como esse povo é cheio de coisas, mas não é nada de mais.
[...]
O TEATRO NO BRASIL
O teatro brasileiro surgiu quando Portugal começou a fazer do Brasil sua colônia (Século XVI). Os Jesuítas, com o intuito de catequizar os índios, trouxeram não só a nova religião católica, mas também uma cultura diferente, em que se incluía a literatura e o teatro.
Aliada aos rituais festivos e danças indígenas, a primeira forma de teatro que os brasileiros conheceram foi a dos portugueses, que tinha um caráter pedagógico baseado na Bíblia. Nessa época, o maior responsável pelo ensinamento do teatro, bem como pela autoria das peças, foi Padre Anchieta.
O teatro realmente nacional só veio se estabilizar em meados do século XIX, quando o Romantismo teve seu início. Martins Pena foi um dos responsáveis pôr isso, através de suas comédias de costumes. Outros nomes de destaque da época foram: o dramaturgo Artur Azevedo, o ator e empresário teatral João Caetano e, na literatura, o escritor Machado de Assis.
ESTRUTURA DO TEXTO TEATRAL
  • Geralmente, o texto teatral apresenta a seguinte estrutura:
  • Título;
  • Rubricas;
  • Diálogos.
  • Nas rubricas, temos as indicações de cenas, de entrada dos personagens e todas as informações técnicas para a equipe envolvida  na montagem da peça.